Entenda esquema de grupo ligado ao PCC suspeito de aliciar políticos em SP e movimentar R$ 200 milhões com licitações fraudadas

  • 17/04/2024
(Foto: Reprodução)
Veja quem são os vereadores presos, como crime organizado conseguiu se infiltrar em prefeituras e qual a relação da ação desta terça (16) com a Operação Fim da Linha, deflagrada pelo Ministério Público na última semana. MP e Polícia realizam operação contra grupos ligados ao PCC para fraudar licitações em SP O Ministério Público de São Paulo deflagrou uma nova operação para desarticular um grupo criminoso associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) suspeito de fraudar licitações em todo o estado. Três vereadores de diferentes cidades paulistas e mais 10 pessoas foram presas. A suspeita é a de que vereadores recebiam propina para favorecer as empresas do grupo nos contratos de prestação de serviço de limpeza e vigilância nas câmaras municipais. Nesta reportagem, o g1 explica: Como funcionava o esquema; Quem são os vereadores e suspeitos presos; O que foi apreendido na operação; O que dizem os envolvidos; Quais são os municípios envolvidos; O que o governador de SP disse sobre o caso; Qual a relação com a Operação Fim da Linha, deflagrada na última semana. Dinheiro apreendido na manhã desta terça-feira (16) durante operação do MP-SP contra alvos ligados ao PCC. Acervo pessoal ➡️ Como funcionava o esquema De acordo com o MP: A quadrilha era uma ramificação do PCC e tinha várias empresas; Funcionários de algumas dessas empresas concorriam e simulavam alguma competição em licitações de câmaras e prefeituras para contratação de mão de obra terceirizada; Também há indício de fraude no governo estadual; A atuação deles no sistema tinha apoio e participação de agentes públicos, dentre eles, vereadores; A suspeita é a de que os parlamentares recebiam propina para favorecer as empresas da organização criminosa em contratos de prestação de serviço de limpeza e vigilância nas câmaras municipais; Os contratos fraudados somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos; O esquema tinha três núcleos bem definidos: Empresários e funcionários das empresas, com uma liderança vinculada à facção criminosa; Advogados que atuavam para as empresas (organizações criminosas); Agentes políticos que facilitavam a infiltração por meio de pagamento de propina. A operação foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, e pela Polícia Militar. ➡️ Quem são os vereadores e suspeitos presos Três vereadores e mais 10 pessoas foram presas: Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos; Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel; Segundo o MP, os vereadores ficarão presos por cinco dias pra preservar as investigações, mas o prazo poderá ser ampliado. Só na região da Baixada Santista, por exemplo, foram três prisões. Além do vereador Ricardo Queixão, de Cubatão, foi preso o advogado Aureo Tupinamba, que já atuou na defesa do traficante de drogas André do Rap, apontado como um dos chefes do PCC e condenado a 25 anos de prisão por tráfico internacional. Na região, também foi presa a servidora pública Fabiana de Abreu Silva. Saiba quem são os vereadores presos na operação Além dos 15 mandados de prisão temporária, a 5ª Vara Criminal de Guarulhos expediu mandados de busca e apreensão em 42 endereços. O material apreendido foi levado à sede do MP na capital. ➡️ O que foi apreendido 4 armas; 22 celulares; 22 notebooks; R$ 3,5 milhões em cheque; R$ 600 mil em espécie e 8 mil dólares. ➡️ O que dizem os envolvidos A defesa do vereador de Cubatão, Ricardo Queixão (PSD), disse que vai pedir a revogação da prisão temporária e que ele está como averiguado, e não como suspeito. O g1 entrou em contato com assessores dos vereadores Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel, e de Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. A Câmara Municipal de Santa Isabel e a Prefeitura de Ferraz disseram que estão colaborando com as investigações. ➡️ Municípios com contratos sob análise Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba e outros municípios têm contratos sob análise. Também há um contrato com o governo de SP que está em investigação. Segundo os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há evidências de corrupção de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros crimes – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro. "Atuavam não só com empresas deles, mas com empresas chamadas parceiras. Em todas essas prefeituras havia indicativo de corrupção. Em algumas existia um conluio, um cartel entre as empresas", explicou o promotor Yuri Fisberg. ➡️ O que Tarcísio de Freitas disse sobre a operação Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, se pronunciou sobre o caso: "O crime tem que ser combatido. Isso mostra uma face do crime que está ficando cada vez mais ousado, está se infiltrando no poder política, está lavando dinheiro cada vez mais em atividades lícitas e está ficando cada vez mais poderoso", disse. "É um grande risco para o Brasil, é um risco para nosso estado. Subtrai divisas, traz competição ilegal. É mais uma operação, acontecerão outras e o combate ao crime organizado vai cessar", completou o governador. ➡️ Relação com a 'Operação Fim da Linha' Um foragido da Justiça é acusado de fazer parte do PCC e comandar uma empresa de ônibus A operação desta terça-feira (16) é apenas uma ramificação da Operação Fim da Linha. Elas não têm ligação direta nem compartilham promotores. Na semana passada, o MP de São Paulo prendeu quatro dirigentes de empresas de ônibus da capital paulista, também acusados de ligação com o PCC. Segundo os promotores, o grupo usava as empresas Transwolff e UPBus - que prestam serviços de transporte coletivo nas Zonas Sul e Leste da capital - para lavar dinheiro da organização criminosa. Por causa da operação, a Justiça determinou que a SPTrans e a Prefeitura de SP fizessem uma intervenção nas duas empresas, com o objetivo de manter as linhas de ônibus operadas por elas funcionando na cidade. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) nomeou dois interventores da SPTrans, que estão trabalhando na direção e operação das duas empresas. LEIA MAIS RIO DE JANEIRO: Jovem morto em festa rave ficou 20 minutos debaixo d'água sem socorro, diz família DENUNCIADA POR PAIS: Professora ganha mais com vídeos sensuais no OnlyFans e Privacy do que dando aula BARCO NO PARÁ: Documentos indicam que 9 corpos encontrados em embarcação no Pará são de africanos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/04/17/entenda-esquema-de-grupo-ligado-ao-pcc-suspeito-de-aliciar-politicos-em-sp-e-movimentar-r-200-milhoes-com-licitacoes-fraudadas.ghtml


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