Mauro Vieira pede a chanceler iraniano 'máxima contenção' após ataque atribuído a Israel, diz Itamaraty
19/04/2024
MRE informou em nota que chanceler brasileiro se reuniu nesta sexta na onu com Hossein Amir-Abdollahian. Ataque foi atribuído a Israel, após escalada de tensão entre os países. O Ministério das Relações Exteriores informou nesta sexta-feira (19) que o chanceler Mauro Vieira pediu “máxima contenção” ao governo do Irã após um ataque ao país atribuido a Israel.
Possível ataque israelense ao Irã causa reações em todo o mundo
“O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”, afirmou o Itamaraty.
"Esse apelo foi transmitido diretamente pelo Ministro Mauro Vieira ao chanceler do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, em encontro bilateral ocorrido hoje na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York”, acrescentou o ministério.
O ataque
A nota foi divulgada após explosões próximas de uma base militar de Isfahan, uma das maiores cidades iranianas, a 450 km da capital, Teerã.
Localização de Isfahan, cidade onde ocorreram as explosões.
Reprodução/TV Globo
O que se sabe sobre o suposto ataque de Israel ao Irã
A região tem instalações nucleares e, segundo uma autoridade iraniana, os barulhos ouvidos resultam da ação do sistema de defesa aérea, que foi ativado. Nenhuma instalação nuclear foi afetada. Segundo a autoridade, não houve ataque de mísseis. O espaço aéreo chegou a ser fechado, e voos foram cancelados.
Segundo o jornal "The New York Times", autoridades israelenses confirmaram o ataque sob condição de anonimato. A imprensa iraniana informou que drones foram abatidos e, segundo um militar do país, nenhum estrago foi causado.
Israel x Hamas
O episódio entre Israel e Irã é mais um capítulo na crise que começou em outubro do ano passado que levou uma guerra entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Dados de autoridades locais dão conta de que mais de 30 mil pessoas já morreram em razão do conflito.
O Brasil chegou a defender, ainda em outubro do ano passado, que fosse aprovada uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que levasse a um cessar-fogo permanente e à abertura de corredores humanitários, sem sucesso.
Em março deste ano, uma resolução sobre o tema foi aprovada, mas sem grande efeito.
ONU exige cessar-fogo imediato em Gaza
Nos últimos meses, o Brasil perdeu poder de mediação, conforme avaliação de analistas. Isso porque a relação diplomática entre Brasil e Israel ficou estremecida em meio a alguns episódios, entre os quais:
o fato de o presidente Lula ter comparado o que acontece em Gaza ao que o regime nazista de Adolf Hitler fez contra judeus;
o governo de Israel ter declarado Lula persona non grata;
o Brasil ter afirmado que o governo Netanyahu age sem qualquer limite ético ou legal.